Para iniciar a análise, utilizamos o buscador padrão e sem filtros do Google para encontrar o que procurávamos: um livro infantil que tratasse da diversidade – seja cultural, étnica, religiosa ou de identidade.No topo da página, resultados patrocinados pela Amazon trouxeram exatamente o conteúdo que havíamos procurado – no entanto, para este exemplo, prosseguimos no rankeamento para encontrar o primeiro resultado orgânico.
Entre uma quantidade considerável de blogs recomendando livros que ajudam as crianças a conviver em harmonia com as diferenças, nos pareceu estranho que o único resultado relacionado a um e-commerce apareceu no último spot da primeira página através da função interna do buscador da Saraiva.
Caso tivéssemos clicado nos primeiros links patrocinados, provavelmente teríamos encontrado pelo menos um produto que satisfizesse os critérios de busca sem tomar o tempo de passar por links que não oferecem opções de compra direta ou que simulam a mesma função de entrar diretamente no site de uma livraria e digitar nossa pesquisa.
Nesse caso, portanto, o conteúdo oferecido pela publicidade superou as opções orgânicas para uma necessidade específica do usuário.
Ao acessar o link do buscador da Saraiva, são exibidos alguns títulos relacionados com as palavras-chave utilizadas na pesquisa inicial – no entanto, não é feito nenhum tipo de filtro sobre o significado da palavra “diversidade”. Assim, são exibidos títulos relacionados tanto com a diversidade humana quanto com a diversidade da Arca de Noé.
Além disso, muitos dos títulos sugeridos encontram-se indisponíveis e a loja não exibe outras sugestões de produtos que poderiam ser relevantes, dando a impressão de que o website não foi otimizado pensando nas experiências individuais do usuário.
Como em outros websites de empresas similares, o portal da Saraiva apresenta a função de avaliação de livros independentes e oferece opções de compartilhamento direto em redes sociais, além da possibilidade de montar uma lista de leitura personalizada. No entanto, mesmo para o livro que aparece melhor rankeado para a busca, não foi registrada nenhuma opinião ou compartilhamento anterior de usuários.
Em relação ao design, o site usa cores chamativas para levar a atenção do visitante a focos específicos da página, como o banner superior que oferece um parcelamento atrativo de 15x sem juros. Para muitos usuários esse pode acabar sendo o fator decisivo para que, mesmo não atendendo sua expectativa inicial, ele busque outros nichos de interesse no mesmo website e acabe realizando outra compra que talvez nem estivesse em seus planos.
Apesar da tentativa inicial de convencimento por preço, o site apresenta uma interface básica, antiquada e confusa. A navegação é pouco instintiva e requer certo nível de tentativa e erro – com bastante ênfase na parte do “erro”. Na página inicial, a poluição de cores e palavras reduz o espaço efetivo da vitrine virtual e as cores brilhantes se misturam na rolagem da página e tornam a navegação um tanto desagradável.
De modo geral, a presença do link da Saraiva para a busca de nicho em análise não parece ter sido muito bem planejada, visto o despreparo para lidar com as necessidades do usuário após o primeiro clique. A Amazon é um bom exemplo de como o ambiente virtual para venda de nicho poderia ser utilizado sem causar prejuízos para a empresa e ainda incentivar a venda de outros itens de interesse comum que o usuário nem sabia que existiam, mas coloca no carrinho como se estivesse esperando por eles a vida inteira.
Este texto faz parte de um exercício da disciplina de Arenas Digitais, cujo objetivo é exercitar o conceito de busca de cauda longa. Cada grupo buscou por um produto específico, escolheu a empresa mais bem posicionada nos resultados de busca e foi feita uma análise de seu e-commerce a partir dos princípios da Cauda Longa de Oferta, Preço e Busca
Trabalho realizado pelas alunas Marina Ribeiro de Assis, Renata Camargo e Sarah Deus.